Médio Oriente: Especialistas da ONU pedem reunião de emergência para pressionar Israel

Mais de 40 especialistas em direitos humanos e relatores da ONU pediram hoje que a Assembleia-Geral da organização se reúna de emergência face ao “genocídio e à fome deliberada em Gaza”, exigindo o fim da ocupação israelita.

Executive Digest com Lusa
Setembro 5, 2025
17:43

Mais de 40 especialistas em direitos humanos e relatores da ONU pediram hoje que a Assembleia-Geral da organização se reúna de emergência face ao “genocídio e à fome deliberada em Gaza”, exigindo o fim da ocupação israelita.

Os especialistas lembraram que 17 de setembro marca o prazo estabelecido por uma resolução da Assembleia-Geral, que há um ano pediu que Israel cessasse – num prazo de 12 meses – a sua “presença ilegal” nos territórios palestinianos ocupados.

“Israel deve pôr fim imediato à obstrução à assistência humanitária segura, eficaz e digna, mas o levantamento dessas restrições não será suficiente para salvar a população devastada de Gaza. O que é urgentemente necessário é o fim do cerco israelita e a declaração de um cessar-fogo imediato”, defenderam os especialistas num comunicado conjunto.

Acrescentaram que a fome, “deliberadamente planeada e perpetuada por Israel e facilitada por agentes privados e de segurança”, é “uma afronta à humanidade”.

“Um Estado responsável por criar condições genocidas com o objetivo de destruir os palestinianos em Gaza como um grupo, inclusive através da fome, não pode e não deve controlar o acesso, a distribuição ou a supervisão da ajuda humanitária”, enfatizaram.

Os signatários da declaração incluem os relatores da ONU para os territórios palestinianos ocupados (Francesca Albanese), para o direito à alimentação (Michael Fakhri) e para as pessoas deslocadas (Paula Gaviria).

A ONU declarou em agosto a fome na província de Gaza, no norte do território controlado pelo grupo islamita palestiniano Hamas desde 2007, o que acontece pela primeira vez no Médio Oriente.

O Governo de Israel lançou a ofensiva contra Gaza a 07 de outubro de 2023, após ataques do Hamas em território israelita, nos quais 1.200 pessoas morreram e 251 foram feitas reféns. Destes, 48 permanecem no enclave palestiniano, dos quais 20 estarão vivos, admitem as autoridades israelitas.

Nos 700 dias de ofensiva, mais de 64 mil palestinianos foram mortos por Israel em ataques contra casas, hospitais, escolas, universidades e abrigos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, considerados fiáveis pela ONU.

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